XVI. A TORRE (OU GUERRA)
Esta carta é atribuída à letra Pé, que significa boca. Refere-se ao planeta Marte. Segundo sua interpretação mais simples concerne à manifestação da energia cósmica sob sua forma mais grosseira. A ilustração mostra a destruição do material existente pelo fogo. Pode ser tomada como o prefácio ao Atu XX, O Juízo Final, isto é, a Vinda de um Novo Aeon. Sendo assim, parece indicar a qualidade quintessencial do Senhor do Aeon. **
** Ver Liber AL. III, 3-9; 11-13; 17-18; 23-29; 46 ; 49-60; 70-72.
Na parte inferior da carta, portanto, é mostrada a destruição do velho Aeon outrora estabelecido pelo raio, chamas, engenhos de guerra. No canto direito vêem-se as mandíbulas de Dis vomitando flamas na raiz da estrutura. Figuras quebradas da guarnição caem da torre. Pode-se notar que perderam sua forma humana, convertendo-se em meras expressões geométricas.
Isto sugere uma outra (e totalmente diversa) interpretação da carta. A fim de compreendê-la, é necessário voltar-se para as doutrinas da yoga, especialmente aquelas mais largamente difundidas e correntes no sul da Índia, onde o culto a Shiva, o Destruidor, é soberano. Shiva é representado dançando sobre os corpos de seus devotos. A compreensão disto não é fácil para a maioria das mentes ocidentais. Em termos sumários, a doutrina é que a realidade última (que é perfeição) é Nada. Por conseqüência, todas as manifestações, não importa quão gloriosas, quão prazerosas sejam, são máculas. Para atingir a perfeição, todas as coisas existentes têm que ser aniquiladas. Pode-se, portanto, entender pela destruição da guarnição sua emancipação da prisão da vida organizada, que os confinava. Prender-se a ela era a insensatez dos membros da guarnição.
O acima exposto deveria deixar claro que símbolos mágicos têm que ser sempre compreendidos num sentido duplo, um contraditório do outro. Estas idéias se combinam naturalmente com a significação mais elevada e mais profunda da carta.
Há uma referência direta a esta carta n’O Livro da Lei. No capítulo I, versículo 57, a deusa Nuit fala: “Invocai-me sob minhas estrelas! Amor é a lei, amor sob a vontade. Que os tolos não confundam o amor; pois existe amor e amor. Existe a pomba, e existe a serpente. Escolhei bem! Ele, meu profeta, escolheu, conhecendo a lei da fortaleza, e o grande mistério da Casa de Deus.” ***
*** Por esta razão o antigo título, hoje não muito inteligível, foi retido. Caso contrário, poderia ter sido chamada Guerra.
A figura que se destaca nesta carta é o olho de Hórus. Este é também o olho de Shiva, na abertura do qual, conforme a lenda deste culto, o universo é destruído.
Além disso, há um especial significado técnico mágico, o qual é explicado abertamente apenas aos iniciados do décimo primeiro grau da O. T. O., um estágio tão secreto que não é nem elencado nos documentos oficiais. Não é mesmo para ser compreendido pelo estudo do olho no Atu XV. Talvez seja lícito mencionar que os sábios árabes e os poetas persas escreveram, nem sempre com reservas, sobre o assunto.
Banhadas na efulgência desse olho (que agora assume até um terceiro sentido, o indicado no Atu XV) vêem-se a pomba carregando um ramo de oliveira e a serpente, como na citação acima. A serpente é retratada como a serpente-leão Xnoubis ou Abraxas. Estas representam as duas formas de desejo, o que Schopenhauer teria chamado de vontade de viver e vontade de morrer. Representam os impulsos feminino e masculino; a nobreza deste último é possivelmente baseada no reconhecimento da futilidade do primeiro. Esta é talvez a razão porque a renúncia do amor em todos os sentidos ordinários da palavra tem sido tão constantemente anunciada como o primeiro passo rumo à iniciação. Esta é uma opinião de inflexibilidade desnecessária. Este trunfo não é a única carta no baralho e nem são a “vontade de viver “ e a “vontade de morrer “ incompatíveis. Isto se torna claro tão logo vida e morte são compreendidas (ver Atu XIII) como fases de uma única manifestação de energia.
Esta carta é atribuída à letra Pé, que significa boca. Refere-se ao planeta Marte. Segundo sua interpretação mais simples concerne à manifestação da energia cósmica sob sua forma mais grosseira. A ilustração mostra a destruição do material existente pelo fogo. Pode ser tomada como o prefácio ao Atu XX, O Juízo Final, isto é, a Vinda de um Novo Aeon. Sendo assim, parece indicar a qualidade quintessencial do Senhor do Aeon. **
** Ver Liber AL. III, 3-9; 11-13; 17-18; 23-29; 46 ; 49-60; 70-72.
Na parte inferior da carta, portanto, é mostrada a destruição do velho Aeon outrora estabelecido pelo raio, chamas, engenhos de guerra. No canto direito vêem-se as mandíbulas de Dis vomitando flamas na raiz da estrutura. Figuras quebradas da guarnição caem da torre. Pode-se notar que perderam sua forma humana, convertendo-se em meras expressões geométricas.
Isto sugere uma outra (e totalmente diversa) interpretação da carta. A fim de compreendê-la, é necessário voltar-se para as doutrinas da yoga, especialmente aquelas mais largamente difundidas e correntes no sul da Índia, onde o culto a Shiva, o Destruidor, é soberano. Shiva é representado dançando sobre os corpos de seus devotos. A compreensão disto não é fácil para a maioria das mentes ocidentais. Em termos sumários, a doutrina é que a realidade última (que é perfeição) é Nada. Por conseqüência, todas as manifestações, não importa quão gloriosas, quão prazerosas sejam, são máculas. Para atingir a perfeição, todas as coisas existentes têm que ser aniquiladas. Pode-se, portanto, entender pela destruição da guarnição sua emancipação da prisão da vida organizada, que os confinava. Prender-se a ela era a insensatez dos membros da guarnição.
O acima exposto deveria deixar claro que símbolos mágicos têm que ser sempre compreendidos num sentido duplo, um contraditório do outro. Estas idéias se combinam naturalmente com a significação mais elevada e mais profunda da carta.
Há uma referência direta a esta carta n’O Livro da Lei. No capítulo I, versículo 57, a deusa Nuit fala: “Invocai-me sob minhas estrelas! Amor é a lei, amor sob a vontade. Que os tolos não confundam o amor; pois existe amor e amor. Existe a pomba, e existe a serpente. Escolhei bem! Ele, meu profeta, escolheu, conhecendo a lei da fortaleza, e o grande mistério da Casa de Deus.” ***
*** Por esta razão o antigo título, hoje não muito inteligível, foi retido. Caso contrário, poderia ter sido chamada Guerra.
A figura que se destaca nesta carta é o olho de Hórus. Este é também o olho de Shiva, na abertura do qual, conforme a lenda deste culto, o universo é destruído.
Além disso, há um especial significado técnico mágico, o qual é explicado abertamente apenas aos iniciados do décimo primeiro grau da O. T. O., um estágio tão secreto que não é nem elencado nos documentos oficiais. Não é mesmo para ser compreendido pelo estudo do olho no Atu XV. Talvez seja lícito mencionar que os sábios árabes e os poetas persas escreveram, nem sempre com reservas, sobre o assunto.
Banhadas na efulgência desse olho (que agora assume até um terceiro sentido, o indicado no Atu XV) vêem-se a pomba carregando um ramo de oliveira e a serpente, como na citação acima. A serpente é retratada como a serpente-leão Xnoubis ou Abraxas. Estas representam as duas formas de desejo, o que Schopenhauer teria chamado de vontade de viver e vontade de morrer. Representam os impulsos feminino e masculino; a nobreza deste último é possivelmente baseada no reconhecimento da futilidade do primeiro. Esta é talvez a razão porque a renúncia do amor em todos os sentidos ordinários da palavra tem sido tão constantemente anunciada como o primeiro passo rumo à iniciação. Esta é uma opinião de inflexibilidade desnecessária. Este trunfo não é a única carta no baralho e nem são a “vontade de viver “ e a “vontade de morrer “ incompatíveis. Isto se torna claro tão logo vida e morte são compreendidas (ver Atu XIII) como fases de uma única manifestação de energia.
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