XI. VOLÚPIA
Este trunfo era chamado anteriormente de Força. Mas ele implica em muitíssimo mais do que força no sentido ordinário da palavra. Uma análise técnica mostra que o caminho que corresponde a esta carta não é a força de Geburah, mas a influência proveniente de Chesed sobre Geburah, o caminho equilibrado tanto vertical quanto horizontalmente na Árvore da Vida (ver diagrama). Por esta razão, julgou-se melhor mudar o título tradicional. Volúpia sugere não apenas força, mas inclusive a alegria da força exercida. Trata-se de vigor e do arrebatamento do vigor.
“Saí , ó crianças, sob as estrelas, & tomai vossa fartura de amor!
Eu estou acima de vós e em vós. Meu êxtase está no vosso. Minha alegria é ver vossa alegria.”
“Beleza e força, gargalhada e langor delicioso, força e fogo são de nós.”
“Eu sou a Serpente que dá Conhecimento & Deleite e glória brilhante, e agita o coração dos homens com embriaguez. Para me adorar, tomai vinho e drogas estranhas das quais Eu direi ao meu profeta, & embebedai-vos deles. Eles não vos ferirão em nada. Isto é uma mentira, esta tolice contra o ser. A exposição de inocência é uma mentira. Sê forte, ó homem! deseja, aproveita todas as coisas de sentido e êxtase: não temas que Deus algum te negue por isto.”
“Vede! estes são graves mistérios; pois há também amigos meus que são eremitas. Agora, não penseis em encontrá-los na floresta ou na montanha; mas em camas de púrpura, acariciados por magníficas bestas de mulheres com extensos membros, e fogo e luz em seus olhos, e massas de cabelos em chamas em volta delas: lá vós os encontrareis. Vós os vereis no governo, em exércitos vitoriosos, em toda a alegria; e neles haverá uma alegria um milhão de vezes maior do que esta. Cuidado, para que um não force ao outro, Rei contra Rei! Amai-vos uns aos outros, com corações ardentes; nos homens baixos, pisai no violento ardor de vosso orgulho, no dia da vossa ira.”
“Há uma luz diante de teus olhos, ó profeta, uma luz indesejada, muito desejável.
Eu estou erguido em teu coração; e o beijo das estrelas chove forte sobre teu corpo.
Tu estás exausto na voluptuosa plenitude da inspiração; a expiração é mais doce que a morte, mais rápida e risonha que uma carícia do próprio verme do Inferno!“
Este trunfo é atribuído ao signo do Leão no zodíaco. É o Kerub do fogo e é regido pelo Sol. É a mais poderosa das doze cartas zodiacais e representa a mais crítica de todas as operações mágicas e alquímicas. Representa o ato do casamento original como ocorre na natureza, em oposição à forma mais artificial ilustrada na Atu VI; não há nesta carta nenhuma tentativa de dirigir o curso da operação.
O assunto principal da carta se refere à mais antiga coletânea de lendas ou fábulas. Aqui se faz necessário entrar um pouco na doutrina mágica da sucessão dos Aeons, a qual está ligada à progressão do zodíaco. Assim, o último Aeon, o de Osíris, se refere a Áries e Libra, como o anterior a este, o de Ísis, estava especialmente relacionado aos signos de Peixes e Virgem, enquanto que o presente Aeon, o de Hórus, está vinculado a Aquário e Leão. O mistério central nesse Aeon passado foi o da encarnação; todas as lendas de homens-deuses se fundaram em alguma história simbólica desse tipo. O essencial em todas essas histórias consistia em negar a paternidade humana do herói ou homem-deus. Na maioria dos casos, afirma-se ser o pai um deus sob alguma forma animal, o animal sendo escolhido conforme as qualidades que os criadores do culto desejavam ver reproduzidas na criança.
Assim, Rômulo e Remo foram gêmeos gerados numa virgem pelo deus Marte e foram amamentados por uma loba. Toda a fórmula mágica da cidade de Roma foi fundada sobre isso.
Neste ensaio já foram feitas referências às lendas de Hermes e Dionísio.
Dizia-se que o pai de Gautama Buda era um elefante de seis presas, o qual apareceu a sua mãe num sonho.
Há também a lenda do Espírito Santo sob a forma de uma pomba impregnando a Virgem Maria. Há aqui uma referência à pomba da arca de Noé trazendo boas novas sobre a salvação do mundo das águas ( os moradores da arca são o feto, as águas, o fluido amniótico).
Fábulas similares devem ser encontradas em toda religião do Aeon de Osíris: é a fórmula típica do deus que morre.
Nesta carta, portanto, surge a lenda da mulher e o leão, ou melhor serpente-leão (esta carta é atribuída à letra Teth, que significa serpente).
Os videntes dos primeiros tempos do Aeon de Osíris previram a manifestação deste Aeon vindouro no qual vivemos agora, e eles o encararam com intenso horror e medo, não compreendendo a precessão dos Aeons, e considerando toda mudança como catástrofe. Eis a interpretação real e a razão para as invectivas contra a Besta e a Mulher Escarlate nos capítulos XIII, XVII e XVIII do Apocalipse. Mas na Árvore da Vida o caminho de Gimel, a Lua, descendo do mais alto, corta o caminho de Teth, Leão, a casa do Sol, de modo que a mulher na carta pode ser considerada como um forma da Lua, sumamente iluminada pelo Sol, e intimamente unida a ele de uma tal maneira que produz encarnados sob forma humana o representante ou representantes do Senhor do Aeon.
Ela monta a Besta de maneira escarranchada; na mão esquerda segura as rédeas, que representam paixão que os une. Na mão direita segura nas alturas a taça, o Cálice Sagrado inflamado de amor e morte. Nesta taça estão misturados os elementos do sacramento do Aeon. O Livro das Mentiras devota um capítulo a este símbolo.
A FLOR DE WARATAH
Sete são os véus da dançarina do harém d’ELE.
Sete são os nomes, e sete são as lâmpadas ao lado da cama Dela.
Sete eunucos A guardam com espadas desembainhadas; Nenhum
Homem aproxima-se Dela.
Em seu copo de vinho estão as sete torrentes de sangue dos Sete Espíritos
de Deus.
Sete são as cabeças d’A BESTA na qual Ela Cavalga.
A cabeça de um Anjo: a cabeça de um Santo; a cabeça de um Poeta: a
cabeça de Uma Mulher Adúltera: a cabeça de um Homem Valoroso; a
cabeça de um Sátiro; e a cabeça de um Leão-Serpente.
Sete letras tem Seu mais sagrado nome, que é
-----------------------------(ver figura no original)---------------------
Este é o Selo sobre o Anel que está no Indicador d’ELE: e este é o Selo
sobre as Tumbas daqueles a quem Ela assassinou.
Aqui está sabedoria. Que aquele que tem Compreensão conte o Número
de Nossa Senhora; pois que ele é o Número de uma Mulher; e Seu
Número é
Cento e Cinqüenta e Seis.
Há uma outra descrição em The Vision and the Voice (ver Apêndice).
Há nesta carta uma embriaguez ou êxtase divinos. A mulher é mostrada mais do que um pouco ébria, e mais do que um pouco insana; e o leão está também inflamado de volúpia. Isto significa que o tipo de energia descrito é de ordem criadora primitiva, completamente independente da crítica da razão. Esta carta retrata a vontade do Aeon. Ao fundo vêem-se as imagens lívidas dos santos, sobre as quais esta imagem viaja, pois a vida inteira deles foi absorvida no Cálice Sagrado.
“Agora vós sabereis que o sacerdote & apóstolo escolhido do espaço infinito é o sacerdote-príncipe, a Besta; e em sua mulher, chamada a Mulher Escarlate, está todo o poder dado. Eles reunirão minhas crianças em seu cercado: eles levarão a glória das estrelas para os corações dos homens.
Pois ele é sempre um sol, e ela uma lua. Mas para ele é a chama alada secreta, e para ela a descendente luz estelar.”
Este sacramento é a fórmula físico-mágica para atingir a iniciação, para a realização da Grande Obra. Na alquimia é o processo de destilação operado pelo fermento interno, e a influência do Sol e da Lua.
Atrás das figuras da Besta e sua Noiva existem dez círculos refulgentes; são as Sephiroth latentes e ainda não ordenadas pois todo novo Aeon exige um novo sistema de classificação do universo.
No alto da carta é mostrado um emblema da nova luz com dez chifres da Besta, que são serpentes, enviadas em todas as direções para destruir e recriar o mundo.
Maior estudo desta carta pode ser feito pelo exame rigoroso de Liber XV (v. Magick).
Este trunfo era chamado anteriormente de Força. Mas ele implica em muitíssimo mais do que força no sentido ordinário da palavra. Uma análise técnica mostra que o caminho que corresponde a esta carta não é a força de Geburah, mas a influência proveniente de Chesed sobre Geburah, o caminho equilibrado tanto vertical quanto horizontalmente na Árvore da Vida (ver diagrama). Por esta razão, julgou-se melhor mudar o título tradicional. Volúpia sugere não apenas força, mas inclusive a alegria da força exercida. Trata-se de vigor e do arrebatamento do vigor.
“Saí , ó crianças, sob as estrelas, & tomai vossa fartura de amor!
Eu estou acima de vós e em vós. Meu êxtase está no vosso. Minha alegria é ver vossa alegria.”
“Beleza e força, gargalhada e langor delicioso, força e fogo são de nós.”
“Eu sou a Serpente que dá Conhecimento & Deleite e glória brilhante, e agita o coração dos homens com embriaguez. Para me adorar, tomai vinho e drogas estranhas das quais Eu direi ao meu profeta, & embebedai-vos deles. Eles não vos ferirão em nada. Isto é uma mentira, esta tolice contra o ser. A exposição de inocência é uma mentira. Sê forte, ó homem! deseja, aproveita todas as coisas de sentido e êxtase: não temas que Deus algum te negue por isto.”
“Vede! estes são graves mistérios; pois há também amigos meus que são eremitas. Agora, não penseis em encontrá-los na floresta ou na montanha; mas em camas de púrpura, acariciados por magníficas bestas de mulheres com extensos membros, e fogo e luz em seus olhos, e massas de cabelos em chamas em volta delas: lá vós os encontrareis. Vós os vereis no governo, em exércitos vitoriosos, em toda a alegria; e neles haverá uma alegria um milhão de vezes maior do que esta. Cuidado, para que um não force ao outro, Rei contra Rei! Amai-vos uns aos outros, com corações ardentes; nos homens baixos, pisai no violento ardor de vosso orgulho, no dia da vossa ira.”
“Há uma luz diante de teus olhos, ó profeta, uma luz indesejada, muito desejável.
Eu estou erguido em teu coração; e o beijo das estrelas chove forte sobre teu corpo.
Tu estás exausto na voluptuosa plenitude da inspiração; a expiração é mais doce que a morte, mais rápida e risonha que uma carícia do próprio verme do Inferno!“
Este trunfo é atribuído ao signo do Leão no zodíaco. É o Kerub do fogo e é regido pelo Sol. É a mais poderosa das doze cartas zodiacais e representa a mais crítica de todas as operações mágicas e alquímicas. Representa o ato do casamento original como ocorre na natureza, em oposição à forma mais artificial ilustrada na Atu VI; não há nesta carta nenhuma tentativa de dirigir o curso da operação.
O assunto principal da carta se refere à mais antiga coletânea de lendas ou fábulas. Aqui se faz necessário entrar um pouco na doutrina mágica da sucessão dos Aeons, a qual está ligada à progressão do zodíaco. Assim, o último Aeon, o de Osíris, se refere a Áries e Libra, como o anterior a este, o de Ísis, estava especialmente relacionado aos signos de Peixes e Virgem, enquanto que o presente Aeon, o de Hórus, está vinculado a Aquário e Leão. O mistério central nesse Aeon passado foi o da encarnação; todas as lendas de homens-deuses se fundaram em alguma história simbólica desse tipo. O essencial em todas essas histórias consistia em negar a paternidade humana do herói ou homem-deus. Na maioria dos casos, afirma-se ser o pai um deus sob alguma forma animal, o animal sendo escolhido conforme as qualidades que os criadores do culto desejavam ver reproduzidas na criança.
Assim, Rômulo e Remo foram gêmeos gerados numa virgem pelo deus Marte e foram amamentados por uma loba. Toda a fórmula mágica da cidade de Roma foi fundada sobre isso.
Neste ensaio já foram feitas referências às lendas de Hermes e Dionísio.
Dizia-se que o pai de Gautama Buda era um elefante de seis presas, o qual apareceu a sua mãe num sonho.
Há também a lenda do Espírito Santo sob a forma de uma pomba impregnando a Virgem Maria. Há aqui uma referência à pomba da arca de Noé trazendo boas novas sobre a salvação do mundo das águas ( os moradores da arca são o feto, as águas, o fluido amniótico).
Fábulas similares devem ser encontradas em toda religião do Aeon de Osíris: é a fórmula típica do deus que morre.
Nesta carta, portanto, surge a lenda da mulher e o leão, ou melhor serpente-leão (esta carta é atribuída à letra Teth, que significa serpente).
Os videntes dos primeiros tempos do Aeon de Osíris previram a manifestação deste Aeon vindouro no qual vivemos agora, e eles o encararam com intenso horror e medo, não compreendendo a precessão dos Aeons, e considerando toda mudança como catástrofe. Eis a interpretação real e a razão para as invectivas contra a Besta e a Mulher Escarlate nos capítulos XIII, XVII e XVIII do Apocalipse. Mas na Árvore da Vida o caminho de Gimel, a Lua, descendo do mais alto, corta o caminho de Teth, Leão, a casa do Sol, de modo que a mulher na carta pode ser considerada como um forma da Lua, sumamente iluminada pelo Sol, e intimamente unida a ele de uma tal maneira que produz encarnados sob forma humana o representante ou representantes do Senhor do Aeon.
Ela monta a Besta de maneira escarranchada; na mão esquerda segura as rédeas, que representam paixão que os une. Na mão direita segura nas alturas a taça, o Cálice Sagrado inflamado de amor e morte. Nesta taça estão misturados os elementos do sacramento do Aeon. O Livro das Mentiras devota um capítulo a este símbolo.
A FLOR DE WARATAH
Sete são os véus da dançarina do harém d’ELE.
Sete são os nomes, e sete são as lâmpadas ao lado da cama Dela.
Sete eunucos A guardam com espadas desembainhadas; Nenhum
Homem aproxima-se Dela.
Em seu copo de vinho estão as sete torrentes de sangue dos Sete Espíritos
de Deus.
Sete são as cabeças d’A BESTA na qual Ela Cavalga.
A cabeça de um Anjo: a cabeça de um Santo; a cabeça de um Poeta: a
cabeça de Uma Mulher Adúltera: a cabeça de um Homem Valoroso; a
cabeça de um Sátiro; e a cabeça de um Leão-Serpente.
Sete letras tem Seu mais sagrado nome, que é
-----------------------------(ver figura no original)---------------------
Este é o Selo sobre o Anel que está no Indicador d’ELE: e este é o Selo
sobre as Tumbas daqueles a quem Ela assassinou.
Aqui está sabedoria. Que aquele que tem Compreensão conte o Número
de Nossa Senhora; pois que ele é o Número de uma Mulher; e Seu
Número é
Cento e Cinqüenta e Seis.
Há uma outra descrição em The Vision and the Voice (ver Apêndice).
Há nesta carta uma embriaguez ou êxtase divinos. A mulher é mostrada mais do que um pouco ébria, e mais do que um pouco insana; e o leão está também inflamado de volúpia. Isto significa que o tipo de energia descrito é de ordem criadora primitiva, completamente independente da crítica da razão. Esta carta retrata a vontade do Aeon. Ao fundo vêem-se as imagens lívidas dos santos, sobre as quais esta imagem viaja, pois a vida inteira deles foi absorvida no Cálice Sagrado.
“Agora vós sabereis que o sacerdote & apóstolo escolhido do espaço infinito é o sacerdote-príncipe, a Besta; e em sua mulher, chamada a Mulher Escarlate, está todo o poder dado. Eles reunirão minhas crianças em seu cercado: eles levarão a glória das estrelas para os corações dos homens.
Pois ele é sempre um sol, e ela uma lua. Mas para ele é a chama alada secreta, e para ela a descendente luz estelar.”
Este sacramento é a fórmula físico-mágica para atingir a iniciação, para a realização da Grande Obra. Na alquimia é o processo de destilação operado pelo fermento interno, e a influência do Sol e da Lua.
Atrás das figuras da Besta e sua Noiva existem dez círculos refulgentes; são as Sephiroth latentes e ainda não ordenadas pois todo novo Aeon exige um novo sistema de classificação do universo.
No alto da carta é mostrado um emblema da nova luz com dez chifres da Besta, que são serpentes, enviadas em todas as direções para destruir e recriar o mundo.
Maior estudo desta carta pode ser feito pelo exame rigoroso de Liber XV (v. Magick).
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