segunda-feira, 6 de abril de 2009

O Hierofante



V. O HIEROFANTE

Esta carta se refere à letra Vau, que significa prego, sendo que nove pregos aparecem no alto da carta, os quais servem para fixar o oriel atrás da principal figura da carta.

A carta é referida a Touro, de sorte que o trono do Hierofante é circundando por elefantes, que participam da natureza de Touro, estando o Hierofante realmente sentado sobre um touro. Ao redor dele estão as quatro bestas ou Kerubs, uma em cada canto da carta, visto que estes são os guardiões de todo santuário. Mas a principal referência é ao arcano particular que constitui o negócio maior, o essencial, de todo trabalho mágico: a união do microcosmo ao macrocosmo. Conseqüentemente, o oriel é diáfano. Diante do manifestador do Mistério há um hexagrama representando o macrocosmo e no centro deste um pentagrama, contendo e representando uma criança do sexo masculino dançando. Isto simboliza a lei do novo Aeon da criança Hórus, o qual suplantou o Aeon do deus que morre, que governou o mundo por dois mil anos. Também diante do Hierofante está a mulher com a espada à cintura, que representa a Mulher Escarlate na hierarquia do novo Aeon. Este simbolismo é adicionalmente efetivado no oriel, onde, por trás da cobertura fálica de cabeça, a rosa de cinco pétalas desabrocha.

O simbolismo da serpente e da pomba faz alusão a este versículo de O Livro da Lei (cap. I, v. 57) : “... pois existe amor e amor. Existe a pomba, e existe a serpente.”

Este símbolo reaparece no trunfo de número XVI.

O fundo da carta toda é o azul escuro da noite estrelada de Nuit, de cujo útero nascem todos os fenômenos.

Touro, o signo do zodíaco representado por esta carta, é ele mesmo o Kerub-Touro, ou seja, a Terra sob sua forma mais forte e mais equilibrada.

O regente desse signo é Vênus, que é representado pela mulher em pé diante do hierofante.

No capítulo III de O Livro da Lei, versículo xi, se lê:

“Que a mulher seja cingida com uma espada diante de mim”. Esta mulher representa Vênus como ela agora está neste novo Aeon, não mais o mero veículo de seu correlativo masculino, mas armada e militante.

Neste signo a Lua é “exaltada”; sua influência é representada não só pela mulher como também pelos nove pregos.

É impossível na atualidade explicar esta carta na sua inteireza pois somente o curso dos eventos poderá mostrar como a nova corrente de iniciação funcionará.

É o Aeon de Hórus, da criança. Embora o rosto do Hierofante pareça benigno e sorridente e a própria criança pareça alegre com desregrada inocência, é difícil negar que na expressão do iniciador há algo misterioso, mesmo sinistro. Ele parece estar gozando uma piada muito secreta às custas de alguém. Há um aspecto distintamente sádico nesta carta, e naturalmente, considerando-se que ela provém da lenda de Pasiphae, o protótipo de todas as lendas dos deuses-tDiscos. Estas ainda persistem em religiões como o saivismo e (depois de múltiplas degradações) no próprio cristianismo.

O simbolismo do bastão é peculiar; os três anéis entrelaçados que o encimam podem ser tomados como representativos dos três Aeons de Ísis, Osíris e Hórus com suas fórmulas mágicas que se entrosam. O anel superior está marcado de escarlate para Hórus, os dois inferiores de verde para Ísis e amarelo pálido para Osíris, respectivamente. Todos estes estão baseados no azul escuro, a cor de Saturno, O Senhor do Tempo, pois o ritmo do Hierofante é tal, que ele se move apenas a intervalos de 2.000 anos.

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